A narrativa tempo | clima em um álbum de casamento
Olá :D
O que acham de continuarmos a saga da narrativa com uma nova variável super importante? Vamos falar sobre o clima!
Na primeira matéria no Blog Wedding – “Narrando histórias em um álbum de casamento” falei sobre a importância de registrar as transições que acontecem na reportagem fotográfica de um casamento.
A narrativa, em sua variável tempo.
Mostrar a passagem das horas faz com que, não só os noivos e quem estava no casamento entendam aquele dia, mas também outras pessoas que nunca estiveram naquele lugar possam ter detalhes para imaginar o que aconteceu. Acredito que falar sobre o tempo aproxima ainda mais a história de cada expectador.
Na graduação em Publicidade e Propaganda nós estudamos muito sobre a importância dos cinco sentidos, o marketing sensorial. “Não somos impulsionados pela realidade, mas sim por nossa percepção da realidade (Anthony Robbins)”. Obviamente nas fotografias nós estimulamos a visão, mas penso que é interessante como podemos mexer com a sensação do tato com uma outra variável do tempo: o clima. O clima desperta muitas reações em nós, como a pele arrepiada de frio, ou o suor escorrendo. Então me questiono, e se apresentarmos em nossas fotos como as pessoas se sentiam naquele dia? Com calor, com frio, com calor mesmo que estava frio (de nervoso)?
Demonstrar as peculiaridades de um casamento faz à mim e a muitos outros fotógrafos mais felizes. Assim não precisamos fotografar uma lista pronta de fotos padrões, e sim nos dispomos a registrar a verdade daquele momento e daquelas pessoas, que será diferente da verdade do momento e das pessoas da semana seguinte. O casamento da Anna e do Rafael foi na cidade de Gramado, aqui no Rio Grande do Sul. É um lugar de clima bastante instável. Olhando pra essa foto eu penso que a noiva teve muita sorte de baixar essa cerração no instante da sua entrada, pra mim é uma foto mística.
Aqui já é um clima totalmente diferente, e quando a gente fala em clima envolvemos também a atmosfera, ou seja, a maneira como as pessoas se sentiam, podemos usar a expressão qual era o “clima da festa”. Aqui no casamento da Taisa e do Gustavo era bem louco.
Aqui um exemplo em que o noivo Timóteo está com os padrinhos fazendo algo inusitado, está se refrescando no dia do casamento, o que fala muito sobre o dia e a até mesmo a época do ano em que ele casou.
O tempo | clima pode ser interessante até mesmo nos ensaios. Gosto muito dessa foto feita pelo Nei Bernardes (que, por sinal, detém os créditos de todas as fotos que usei nessa matéria), percebam como a expressão da noiva (e, claro, as roupas) denunciam o frio que estavam sentindo.
Tempo é uma palavra muito forte, ainda mais para nós fotógrafos! Trabalhamos com o presente, passado e futuro, fazendo frações de segundo virarem histórias palpáveis que poderão ser revisitadas por toda a vida.
E assim como devemos demonstrar em nossas fotos as roupas, os modos, a tecnologia, a cultura que fazem parte da fotografia de um casamento realizado no ano 2017 (e que provavelmente serão estranhas daqui a vinte anos), também temos que ter todo um cuidado para que a pós produção e os álbuns que produzimos não contenham uma estética tão momentânea, que sejam mais vanguardistas, mais atemporais.
Afinal eles devem ser olhados por muitos e muitos anos e ainda estarem adequados.
Ainda há muito mais para explorar sobre tempo. Divirtam-se! No próximo mês nós vamos continuar em narrativa, porém iremos falar sobre espaço. Uma possibilidade de criamos ainda mais assuntos para fotografar. Até lá!