His. Prec. da Infância
Chegada da Maria Alice em casa durante a quarentena
Máscaras lhe cobrem as faces e mantém a ordem
de isolamento enquanto os braços pedem calor, colinho, um cheiro.
Um pouco de distância e estas máscaras feitas
pela própria avó trazem para as fotografias algo que marca
a história do nascimento da Maria Alice (e de tantos outros bebês),
que chega com o seu chorinho de vida em um mundo
que, lá do outro lado,
se porta com cautela e aguarda receber no WhatsApp
a notícia de que tudo deu certo.
Já outras vezes ouvi homens e mulheres sobre o momento
do nascimento de um filho:
a maneira como o médico trouxe o serzinho ao mundo,
o quanto vulneráveis somos diante de um momento em que a
natureza se apresenta tão real e forte que nada pode sobrepor.
O nascimento de um filho é um momento vivido em slowmotion
que será lembrado para sempre em detalhes tão ricos nesta primeira
conversa presencial no quartinho com decoração delicada de ovelhas,
finalmente habitado por uma Maria.
A recomendação era de total isolamento e ela chegou.
O que falaremos daqui há cinquenta anos é que nasceu em meio a pandemia.
Sem abraços, sem visitas, mas não sem o olhar encantado
e apaixonado das vovós que foram ver a chegada da pequena
por alguns minutinhos quando deitou no seu berço pela primeira vez.
Afirmando o sentir da Juliara e do Cesar um pelo outro
essa garota chega como se não houvesse nada ali fora acontecendo,
afinal nada disso mais importa quando há um novo significado de amar!
Fotografias e edição: Aline Evelin